sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Herança.

Eu sou o fruto do ócio amargo que me cala.
Sou a preguiça em ascensão e a janela que enclausuro meus cigarros.
Depois de cinco, seis, sete,
é tudo cinza e você me assombra.
Se seu papel é esse, parabéns!
O que me restou foi só lembranças vazias e feridas abertas.
A beleza não me importa,
sua vaidade é horrenda e mesmo assim tenho nojo por ter seu sangue correndo em minhas veias.
Desvencilhou à todos com sua covardia. Sou a negação.
Sou o aperto que chega deixar minhas entranhas à vista.
61 quilos de falta de confiança, sua melhor herança.
Você me matou por dentro, vá, e mate o que resta.
Não dou a mínima.
Se é exemplo que esperam, sou exatamente o contrário.
Sem escolhas, com muitas escolhas,
Falsidade pura, sem sentimentos e sangue frio.
Tento enxergar sua razão, mas você me cegou.
Escolheu a melhor arma,
escudo do qual não consigo escapar.
Minha fé em ti é uma piada ao vento e nada mais.
O que nos liga era um número de telefone, e só.
É o preço que devo pagar, é o preço que já estou pagando,
em longas e duras parcelas.
Se nada mais faz sentido, do que adianta tanta fome?
Nem a luz eu vejo mais em seus olhos,
somente o sombrio destaca.
Já faz quantos anos? Nem sei mais. Envelheci muito esses últimos.
Talvez seja uma fonte de inspiração para minhas caladas horas.
Parabéns mais uma vez!
Vá, e a fere. Assim me ferindo mil vezes mais.
Estás contente agora?
Tanta coisa que não sei...será que devo?
Talvez eu faça parte daquela massa e devo me afastar de todos.
Assim de você também.
Repugnante, foi assim que você me fez,
tanto por fora, quanto por dentro, repugnante!
Sem saber o caminho, com três facas na gaveta e a cara à tapa.
Construiu seu império sob areia,
e o mesmo cairá em sua cabeça.
Isso é o máximo que podemos fazer, somos praticamente iguais.
òdio de me olhar no espelho e me deparar com sua imagem.
Vou empilhar todas minhas dúvidas,
assim, a cada tiro,
uma a uma será desvendada,
ou eternamente mascarada.

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